sexta-feira, 15 de julho de 2011

O QUE PICASSO DIRIA DO PICASA?



Existe arte hoje? A arte é fabricável? Meu querido amigo Picasso teria dito o quê de sua fase azul, se pudesse simplesmente jogar um Photoshop em cima?
Olho para todo lado e só vejo Miley Cirus e protótipos de Miley Cirus fingindo ser artistas excêntricas e estouvadas, quando na verdade sabem bem o que estão fazendo. Comercialmente falando, é claro. Porque no âmbito artístico, não estão fazendo nada. Só mascando chiclete, usando batom azul e vendendo milhões de porcarias do 21º século.
Se existe arte hoje, ela está eclipsada. Se existe arte hoje, ela é esquiva. É uma arte que não penetra, não atinge as massas, fica só na superfície. Ou camadas invertidas. Quem sabe a boa arte, arte de verdade, começa lá do fundo, mas não chega aqui em cima. Permanece submersa, e só os críticos, os intelectuais sujinhos de all star e os verdadeiros excêntricos é que têm o prazer de vê-la, cheirá-la, senti-la, tocá-la. A verdadeira arte. Que arte é esta? Será que existe? Como ela é, como se faz?
Cansa depender de um cenário musical superlotado, mas no fundo estéril. É cansativo filtrar, ou simplesmente fingir que o que consumimos alimenta a alma. Aquela nossa alma apaixonada, cheia de calor, de otimismo, sedenta por experiências extra-corpóreas.
E olha que estou sendo preguiçosa, ao limitar este post sem resposta e sem comentários ao mundo da música... Ainda existem tantos outros mundos artísticos a ser explorados e mesmo assim parece que tudo já foi explorado demais, ridiculamente explorado.
Será que existe redenção para a música? Será que eu e as minhas gerações, e as novas gerações, vamos poder um dia ter contato com aquele sentimento de antes, que já ficou apagado nas dobras das décadas passadas? Aquele sentimento de criar novidade de verdade, de experimentar o novo, de descobrir um jeito novo de falar e fazer música...
Estou supersaturada de batons azuis e "featuring". Eu quero da música um first kiss de verdade.

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