sexta-feira, 15 de julho de 2011

MORRA, FANTA LARANJA!


A Fanta Laranja é o pior veneno já produzido por uma fábrica de detergentes. Como todos sabem (ou desconfiam), este elixir funéreo de cor laranja berrante foi criado pela própria Coca-Cola durante a Segunda Guerra Mundial, a fim de vender na Alemanha nazista e não ter seu lucro europeu ameaçado por causa de um incidentezinho internacional e algumas pequenas desavenças capitalistas.
Assim, sua origem e ascendência duvidosas só comprovam minha tese: Fanta Laranja é veneno.
Fanta Laranja é veneno e todos os seus adeptos fervorosos deveriam ser fervidos numa panela cheia deste "refrigerante".
O líquido que tem a cor malévola das abóboras de Halloween é tão detestável, que o mero pronunciar de seu nome já causa aftas na boca.
A Fanta Laranja é áspera, ruim e má, e sua acidez transforma a região bucal em ninho de formiga sempre que alguém ingere esta porcaria gaseificada. Sem falar naqueles pelinhos e farelos que ficam flutuando no interior da garrafa... Vamos levar a Fanta Laranja a um campo de concentração e queimá-la!
Beba Fanta Uva. Esta sim.

NEM NEYMAR

Nem Neymar é indestrutível. Quem acompanhou o jogo da seleção brasileira nesta última semana, contra o Equador, na disputa da primeira fase da Copa América, pôde constatar que nem mesmo nosso infante craque, apesar da atuação engolível e, até certo ponto, louvável, é páreo contra vento, holofote e tempestade.
Sim, estou falando de seu topete. Ou melhor, do moicano (o que é aquilo, Senhor?!).
Neymar pode até ser "Reymar", segundo a Veja, mas o seu cabelo não é tão soberano assim. Ao sair do jogo, poucos minutos antes do término do segundo tempo, as madeixas ouriçadas e oxigenadas do mancebo já não estavam tão ouriçadas. Tal vastidão loura, que minutos antes parecia uma crina de zebra albina em riste, ao final de dois tempos mais assemelhava-se a uma vassoura velha espigada.
Palmas para o vento, que conseguiu o indizível, a proeza de despentear Neymar e levar embora um pouquinho de sua pompa intragável. Mas palmas também para o próprio Neymar, que, apesar de eu não ir muito com a cara, talvez jogue bola melhor que eu. Mas isto nós ainda vamos ver.
Quanto será a quantidade de gel necessária para manter a crina tesa até o fim da partida?

O QUE PICASSO DIRIA DO PICASA?



Existe arte hoje? A arte é fabricável? Meu querido amigo Picasso teria dito o quê de sua fase azul, se pudesse simplesmente jogar um Photoshop em cima?
Olho para todo lado e só vejo Miley Cirus e protótipos de Miley Cirus fingindo ser artistas excêntricas e estouvadas, quando na verdade sabem bem o que estão fazendo. Comercialmente falando, é claro. Porque no âmbito artístico, não estão fazendo nada. Só mascando chiclete, usando batom azul e vendendo milhões de porcarias do 21º século.
Se existe arte hoje, ela está eclipsada. Se existe arte hoje, ela é esquiva. É uma arte que não penetra, não atinge as massas, fica só na superfície. Ou camadas invertidas. Quem sabe a boa arte, arte de verdade, começa lá do fundo, mas não chega aqui em cima. Permanece submersa, e só os críticos, os intelectuais sujinhos de all star e os verdadeiros excêntricos é que têm o prazer de vê-la, cheirá-la, senti-la, tocá-la. A verdadeira arte. Que arte é esta? Será que existe? Como ela é, como se faz?
Cansa depender de um cenário musical superlotado, mas no fundo estéril. É cansativo filtrar, ou simplesmente fingir que o que consumimos alimenta a alma. Aquela nossa alma apaixonada, cheia de calor, de otimismo, sedenta por experiências extra-corpóreas.
E olha que estou sendo preguiçosa, ao limitar este post sem resposta e sem comentários ao mundo da música... Ainda existem tantos outros mundos artísticos a ser explorados e mesmo assim parece que tudo já foi explorado demais, ridiculamente explorado.
Será que existe redenção para a música? Será que eu e as minhas gerações, e as novas gerações, vamos poder um dia ter contato com aquele sentimento de antes, que já ficou apagado nas dobras das décadas passadas? Aquele sentimento de criar novidade de verdade, de experimentar o novo, de descobrir um jeito novo de falar e fazer música...
Estou supersaturada de batons azuis e "featuring". Eu quero da música um first kiss de verdade.

MELOSIDADE NA BLOGOSFERA

É impressionante a quantidade de bloguinhos bem-intencionados, mas que pingam mel choco, existente por aí. Estava eu passeando pelos sítios cibernéticos e, em menos de dez minutos, lambuzei meus dedos e olhos em dois blogs que, de tão dramáticos, excessivamente melosos, e românticos de uma maneira criminosa, chegaram a me enjoar e me fizeram odiar a raça humana. E a mim, por fazer parte dela. Somos esses seres frágeis, cheios de rebuscamento e firulas que escondem imperfeições medonhas, e ainda assim insistimos em cantar nossos sentimentalismos frustrados aos sete ventos da internet.
Eu neste ânimo, odiando a raça humana e sua pieguice, e todos os blogueiros melosos que deveriam ser queimados na fogueira, quando de repente me dou conta de que meu próprio blog é um poço de candura bem-intencionada e sentimentalismo estafante.
Oh, amigos, o que estamos fazendo aqui? Essa vida de blogosfera é difícil, e ainda insistimos em ganhar o pão e a clientela falando de coisas que, na verdade, ninguém lê nem nunca lerá.
A poesia morreu, a sensibilidade, o cuidado e atenção para com o próximo. Oh, mortais! Eu me demito.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

ESPERANDO O GRANDE AMOR

Oh, garotas, garotas, não se contentem com pouco! O pouco é tão pouco, é tão chinfrim, é tão óbvio e é tão "na moda" que chega a desbotar.
Pelo contrário, minhas caras amigas, se contentem e busquem o muito, o antiquado, o que ficou para trás, e nunca deveria ter ido.
Peçam cavalheirismo, implorem, e, se for preciso, ensinem. Ah, espera, não... Nada de implorar. Se tiver de implorar a um obtuso que seja cordato, então ele não é o cara certo.
Não se contentem com a baba, o ínfimo, com o horário espremido entre as madrugadas insones no vídeo game e as tardes intermináveis de sono. Não se contentem.
Queiram aquele cara que nenhuma outra quer, porque ele não é a escolha óbvia. Aquele que pode te querer quase tão intensamente quanto deseja oxigênio nesta vida vertiginosa. Queira o cara que esperou por você, que zelou por você, que se mostra cordato por atitude própria. Queira o cara que não tem embustes, mas tem sutilezas. Queira aquele cara que vai sussurrar em seu ouvido as coisas mais lindas, mais íntimas... "I've Got You Under My Skin"... "Your body is a wonderland"... "Your taste in my mouth"...
Queira este cara maneiro, que é maneiro de verdade, e não maneiro babaca. Esperem por ele, e não se envergonhem de esperar. E também não se acovardem. Porque, se ele aparecer, você precisa reconhecê-lo no ato.
Queira o grande amor. Não o quase-amor, mas o grande amor. O amor desnudo, o amor com desprendimento, o amor de verdade. Queira o grande amor. Aquele amor que vem com doses de paixão e doses de carinho, que faz a cabeça girar, a pálpebra tremer, as luzes se acenderem e você sair do escuro.
Queira um amor que seja seu por inteiro, e lute para ser o grande amor do seu grande amor. Queira-o tanto como ele querer-te-á quando pôr os olhos em você. Queira o grande amor já sabendo que o tempo árduo de espera valeu, valerá. Faça do seu amor um grande amor, amor sem frescura, sem nó, e as demais coisas parecerão tão pequenininhas...

"A NOSSA MÚSICA"

É normal todo casal ter sua musiquinha temática. E não digo isso de modo esnobe ou debochado. Apenas comento. Mas falemos sobre os curiosos casos em que os casais escolhem como trilha sonora de seus romances canções lindíssimas e inspiradoras como... "Seu guarda, eu não sou vagabundo, eu não sou deliquente, sou um cara carente!".
Eu tinha uma amiga, na época em que morei na chuvosa Belém, que, durante nossa sétima série, namorou um carinha mais velho, da mesma escola, que era "TUDO" com letras garrafais. Bonito, charmoso, educado... Enfim, era bacana.
Os dois foram passar, com suas famílias, a virada do ano lá na Estação das Docas. Ocuparam suas mesas, curtiram o visual, beijaram, blá-blá.
Depois, ela me deu todo o parecer da noite, contou como foi, se divertiu enumerando os detalhes. Até que, em dado momento, minha amiga disse: "Aí tocou a nossa música...". E eu perguntei: "Que música?". E ela me respondeu: "Aquela da Vanessa da Mata com o Ben Harper".
Ah, Deus. Ela estava falando de Boa Sorte (Good Luck). Eu disfarcei uma caretinha e, mesmo ainda ouvindo seus relatos interessadamente, só o que eu podia pensar era: "ISSO LÁ É MÚSICA PARA SE ESCOLHER?????"
Vejam se vocês me entendem. A música fala sobre despedida, sobre um relacionamento desgastado que finalmente acabou, fala sobre dizer adeus a alguém que compartilhou a vida com você, fala sobre ceder à pressão dos "amigos", dos que estão ao redor, de todas as circunstâncias que sufocam e matam estes simulacros de amor que vivemos hoje. Se o amor já é tão frágil e capenga, como o concebemos, por que sufocar ainda mais o bichicho, escolhendo, para ser o tema de um amor ainda jovem, uma música que fala sobre fim e saparação?! Certamente um começo não muito auspicioso, quem sabe até a fabricação de um presságio.
Bem, os meus amigos da história não tardaram muito a desmanchar a relação, ainda que estivessem envolvidas as famílias e tudo o mais. Mas também, com uma música psiquenta dessas!... Que relacionamento suportaria?! Só mesmo um de verdade.
É por isso que, já eu, sempre fui honesta com meus momentos, meus relacionamentos, e suas respectivas músicas.
Mentira!
Talvez tenha sido eu a que já cometeu os erros mais estúpidos desse tipo, alguns ínfimos, mas ainda assim estúpidos. Destas experiências, extraí muito. É verdade quando dizem que aprendemos com cada estupidez. E, se posso dar um conselho sábio, eu digo: jamais, JAMAIS, amiga/o minha, chegue para o seu companheiro e pergunte, em voz melosa: "Qual é a nossa música, amor?" Não pergunte, porque essas coisas não se perguntam, não se fabricam, entende? Elas simplesmente acontecem... A música do casal aparece quando tem de aparecer, não é uma obrigatoriedade que seja sempre no início da relação. E, se você não deixa rolar, e, ao invés disso, força a barra e pergunta: "Qual é amor, qual é? A nossa música, amor!", vai que ele te responde "Good Luck", tchau e bênção, vá com Deus?! Ou até mesmo canta para você: "Teus lábios são labirintos..." E esquece de completar dizendo que, em todo refrão de bolero, há pelo menos um corno, um adúltero e um alcoólatra!
Já pensou?!
É melhor deixar como está.
Forçar não é legal exatamente porque não é espontâneo.

MEUS MOMENTOS DE NOSTALGIA

Como todo bom mortal, dotado de sensibilidade e certa melancolia charmosa, sei que os momentos mais graves de nostalgia surgem quando a gente não espera, ou espera pouco, mas ainda assim nossa alma se encontra em terreno propício para turbilhões de emoções... É muito frequente em mim ter momentos de nostalgia com músicas, cheiros, filmes, comidas, fotografias, livros (oh, Deus, livros com certeza!)... Basta que qualquer integrante desta lista me atinja para que, quase automaticamente, eu seja transportada a algum recanto confortável do passado, ou nem tão confortável, mas ainda assim gostoso de rememorar, porque todos nós temos nossos lapsos masoquistas.
Mas o fato é que nenhuma música me sugere tanto quanto... "I'm N Luv (Wit a Stripper)", do T-Pain, ou "Lonely", versão Akon. Dá para acreditar num negócio deste? Basicamente, todo o CD (de hip hop!) LUV! 2 me faz lembrar uma certa etapa da vida que me deixou uma saudadezinha... E eu nem gosto de hip hop!
O que quero dizer é que não escolhemos o que vai marcar um momento. Você pode até amassar uma flor entre as páginas de um livro de capa dura, mas outras coisas são muito mais complicadas e menos deliberadas... Ainda que esta nossa frágil humanidade, frágil, frágil, frágil, consista quase que totalmente no poder de decisão, ainda assim certos "plugs" de nostalgia nos são alheios... Um dia, eles simplesmente vêm, algo acontece, e você lembra. E sente uma saudadezinha...
Às vezes sente saudade até do que não deveria. De momentos estranhos ou de fases da vida que foram uma bosta, mas lembra, fazer o quê? E aí você lamenta porque tanto já passou...
E mesmo assim ainda há tanto, mas tanto!...
Acho que, no fim, relembrar e se arrepiar de nostalgia é como a antecipação daquela certeza de que em breve mais lembranças serão construídas e mais momentos de nostalgia e, assim, de lembranças, vamos vivendo. Mas que coisa estranha. Não sei. Viver de lembranças... Não seria mais fácil simplesmente viver?
Fácil mesmo é fechar os olhos e lembrar...