sábado, 31 de agosto de 2013

COMO?

Fico pensando... O que fará de mim uma escritora? Uma tatuagem na mão alardeando o não-fato? Os blogs para os quais se escreve? O jornal? As anotações pessoais? Os trabalhos da faculdade? De onde virá este gigante? Este gigantesco passo... Que é, em si mesmo, a concretização da jordana toda. O primeiro livro. É disso então que preciso? O primeiro livro publicado?
Mas mesmo ele seria suficiente? E se nem assim se saísse do anonimato? E se mesmo assim não derem ainda a carteirinha do clube? E se for ainda preciso muito mais...? Um mais que não alcançarei, e se for? E se talvez for necessário muitos contatos, muita influência? E se o primeiro livro nem em papel for? E se ninguém quiser lê-lo?
É tanta coisa que pode dar errado! O que fará de mim escritora, ou como me farei? Depende de algo interno? Já o tenho. Já o quero. E por quê? Infinitas coisas... Mas, a mais simples e profunda delas: porque quero. Não como queremos um brinquedinho aos seis anos de idade, que depois é suplantado pelo de sete, de oito... Quero como alguém que se afoga, e deseja voltar à superfície. Quero como alguém que se afoga e deseja até mesmo um punhadinho de ar que seja, só para o último pedido de perdão ou coisa que o valha. Eu quero isso como alguém que, já a salvo em terra firme, jamais se esquecerá de como era o submerso... E daí valoriza o ar como a própria vida - o que, de fato, o é. É assim que quero.

sábado, 24 de agosto de 2013