terça-feira, 27 de julho de 2010

GENTE ESNOBE NA POLÍTICA

Não me julguem se eu julgar, mas a política hoje tornou-se adereço de moda para muitos, e consequentemente, uma pedrinha no meu sapato. O tipo de estorvo que te atrapalha de todas as formas, e ainda assim você reluta em desfazer-se dela.
Não estou falando ainda da política que a gente aprende na escola, nas aulas de filosofia. Aquela que era puramente a arte de falar. Deixemos a erudição de lado, e vamos condenar um pouco a política maldita, aquela que torna os seus representantes banais protótipos de desvios de caráter.
Nem quero condenar nepotismo, ficha suja, desvio, nem nada. O que eu quero mesmo condenar é o mau-caratismo... O sentimento que inunda os peitos orgulhosos de nossos políticos, e faz com que se sintam tão superiores a todos os outros cidadãos. Eles são nossos porta-vozes, sim, é verdade. Mas não estariam lá se a gente não tivesse votado, não é mesmo?
Como diria um colega de redação, seria bom estampar esses rostos num gigante painel digital, em praça pública, com a listagem de todos os seus feitos "heróicos", e o grau de lama que anda a inundar as botas de cada um deles.
Aqui em Macapá, não diria terra das bacabas, mas terra macabra - politicamente falando -, acontece uma coisa engraçada: É que em época de eleição, os esnobes políticos, sedentos pelo voto que vale de 10 a 100 reais, submetem até os seus nobres estômagos, tratados sempre a pão-de-ló e camarão rosa, ao doce e poético jabá do povão.
Outro dia estava eu num restaurante muito popular daqui da cidade, que é bom, mas tem fama de ser "de peão". Era domingo e o lugar estava lotado. Quando de repente... Deparo-me com quem? Com a dita cuja. A ilustríssima imagem da boa-política, que com suas garras pintadas de "rosa pink", msitura-se com o povo no restaurante do povo dizendo que é povo também e ao mesmo tempo cercada por seguranças. E lá estava ela, a megera indomada, fazendo a marmita para levar... Para onde? Para comer em casa? Duvido! Só mais uma manobra política furada que me deu nos nervos! Quando saísse de lá, aposto que ela não levaria o almoço para o marido e filhos naqueles pratos de alumínio... Mas nem pensar! Aquilo era pros "escravos" da campanha, ou certamente para a primeira viela que ela encontrasse pelo caminho, atirando a comida para longe de suas refinadas mãos.
O que me dá raiva não é querer favorecer os seus e dominar com seu nome todo o cenário político de uma cidade. O que me irrita não é a pessoa que anda de óculos, unhas pintadas e um nariz que manda em todas as secretarias do Estado, e se mete aonde não deveria. O que me irrita nem é espalhar idólotras faixas pela cidade, com os nomes em vermelho e azul.
O que me irrita mesmo... É este mesmo ser de nariz empinado aparecer num restaurante do povão, falar alto, só para dizer que está ali, exigir que os funcionários reponham o arroz branco, e sorrir e andar como se ali fosse seu espaço e adorasse aquele calor humano e tanto contato corporal.
Ora, às favas! Que um político seja o que é, sem incoerências, nem manobras ridículas, sem três mil faces nem marmitas nas mãos.
Por que, além de corruptos, eles querem ser atores também?! Fala sério!

2 comentários:

  1. Mas e não é isso que significa ser "político" hoje em dia? Saber ludibriar meio mundo, fingir ser alguém que não é e convencer todas as pessoas votantes que se pretende fazer aquilo que não fará?
    A atuação está implicita na política. Haha

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  2. É, Rafael... Tu tens razão quando diz que todo político sagaz é dramaturgo também.. Mas ainda assim eu não consigo evitar pensar em como o mundo seria melhor, e começando pela minha cidade, se estes caras se voltassem para as suas falcatruas sem ter de fazer a gente de bobo. O que me irrita mesmo é o fato de eles se aproveitarem daqueles que não podem julgar seus atos.

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