Não me julguem se eu julgar, mas a política hoje tornou-se adereço de moda para muitos, e consequentemente, uma pedrinha no meu sapato. O tipo de estorvo que te atrapalha de todas as formas, e ainda assim você reluta em desfazer-se dela.
Não estou falando ainda da política que a gente aprende na escola, nas aulas de filosofia. Aquela que era puramente a arte de falar. Deixemos a erudição de lado, e vamos condenar um pouco a política maldita, aquela que torna os seus representantes banais protótipos de desvios de caráter.
Nem quero condenar nepotismo, ficha suja, desvio, nem nada. O que eu quero mesmo condenar é o mau-caratismo... O sentimento que inunda os peitos orgulhosos de nossos políticos, e faz com que se sintam tão superiores a todos os outros cidadãos. Eles são nossos porta-vozes, sim, é verdade. Mas não estariam lá se a gente não tivesse votado, não é mesmo?
Como diria um colega de redação, seria bom estampar esses rostos num gigante painel digital, em praça pública, com a listagem de todos os seus feitos "heróicos", e o grau de lama que anda a inundar as botas de cada um deles.
Aqui em Macapá, não diria terra das bacabas, mas terra macabra - politicamente falando -, acontece uma coisa engraçada: É que em época de eleição, os esnobes políticos, sedentos pelo voto que vale de 10 a 100 reais, submetem até os seus nobres estômagos, tratados sempre a pão-de-ló e camarão rosa, ao doce e poético jabá do povão.
Outro dia estava eu num restaurante muito popular daqui da cidade, que é bom, mas tem fama de ser "de peão". Era domingo e o lugar estava lotado. Quando de repente... Deparo-me com quem? Com a dita cuja. A ilustríssima imagem da boa-política, que com suas garras pintadas de "rosa pink", msitura-se com o povo no restaurante do povo dizendo que é povo também e ao mesmo tempo cercada por seguranças. E lá estava ela, a megera indomada, fazendo a marmita para levar... Para onde? Para comer em casa? Duvido! Só mais uma manobra política furada que me deu nos nervos! Quando saísse de lá, aposto que ela não levaria o almoço para o marido e filhos naqueles pratos de alumínio... Mas nem pensar! Aquilo era pros "escravos" da campanha, ou certamente para a primeira viela que ela encontrasse pelo caminho, atirando a comida para longe de suas refinadas mãos.
O que me dá raiva não é querer favorecer os seus e dominar com seu nome todo o cenário político de uma cidade. O que me irrita não é a pessoa que anda de óculos, unhas pintadas e um nariz que manda em todas as secretarias do Estado, e se mete aonde não deveria. O que me irrita nem é espalhar idólotras faixas pela cidade, com os nomes em vermelho e azul.
O que me irrita mesmo... É este mesmo ser de nariz empinado aparecer num restaurante do povão, falar alto, só para dizer que está ali, exigir que os funcionários reponham o arroz branco, e sorrir e andar como se ali fosse seu espaço e adorasse aquele calor humano e tanto contato corporal.
Ora, às favas! Que um político seja o que é, sem incoerências, nem manobras ridículas, sem três mil faces nem marmitas nas mãos.
Por que, além de corruptos, eles querem ser atores também?! Fala sério!
Mas e não é isso que significa ser "político" hoje em dia? Saber ludibriar meio mundo, fingir ser alguém que não é e convencer todas as pessoas votantes que se pretende fazer aquilo que não fará?
ResponderExcluirA atuação está implicita na política. Haha
É, Rafael... Tu tens razão quando diz que todo político sagaz é dramaturgo também.. Mas ainda assim eu não consigo evitar pensar em como o mundo seria melhor, e começando pela minha cidade, se estes caras se voltassem para as suas falcatruas sem ter de fazer a gente de bobo. O que me irrita mesmo é o fato de eles se aproveitarem daqueles que não podem julgar seus atos.
ResponderExcluir